Quarta-feira, 31.08.11

Demência colectiva

 

É um buraco, é um abismo

Que todos querem ignorar

Mas parece difícil evitar

O desastre e o seu realismo

 

A crise nunca foi financeira

Culpa nunca foi dos mercados

Nós é que fomos subjugados

À falta de valores derradeira

 

Somos seres sem consciência

À velocidade da luz andamos

Dela criámos uma dependência

 

Que já nem conta nos damos

Do nosso estado de demência

Nem do ponto a que chegámos.

publicado por poetazarolho às 11:51 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Terça-feira, 30.08.11

Mundo ensanguentado

 

O mundo não esquece ninguém

Que essa dúvida não te assalte

Acontece na actualidade porém

Haver mundo que te sobressalte

 

Por este mundo sobressaltado

Não deves deixar-te assustar

O mundo vamos ver mudado

Assim não poderá continuar

 

Irá para melhor, irá para pior?

Não sei, depende do nosso saber

Essa ansiedade deves dominar

 

Vais ver que te sentirás melhor

Sabes, muito sangue irá correr

Nada poderás fazer pró estancar.

publicado por poetazarolho às 12:45 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 29.08.11

Ladrões de mundo

 

Os que te roubaram o mundo

Ficaram com mundo demais

Eu estudei-os muito a fundo

E verifiquei que são mortais

 

Levam muito mundo em cima

Do teu, meu e também do deles

Nós cumprimos a triste sina

Três palmos de um mundo reles

 

No teu mundo foste a mais bela

Que à soleira da porta sentada

Nessa noite estrelada e imensa

 

Te assalta interrogação singela

Feliz no teu mundo, que é nada

Muito mais mundo compensa?

publicado por poetazarolho às 16:12 | link do post | comentar | ver comentários (5)
Sábado, 27.08.11

Vazio

 

Por haver imensa pobreza

Justificada está tanta riqueza

A dúvida justifica a certeza

Tu horror justificas a beleza

 

A sujidade justifica o sabão

Só um deus justifica o diabo

A batata justificará o nabo?

Não me apertes mais a mão

 

Loucura justifica sanidade

Não me olhes mais assim

Um louco tem impunidade

 

Só a morte justifica a vida

Só um não justifica um sim

Só um copo vazio a bebida.

publicado por poetazarolho às 23:29 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 26.08.11

Nova luz

 

Uma nova estrela nasceu

Lá longe no firmamento

Sua luz ainda não apareceu

Ansiamos o seu surgimento

 

Dizem que é luz de bonança

Sua aurora será de rara beleza

Traz raios novos d’esperança

Mas quem pode ter a certeza?

 

Ela própria também não a tem

Mas viaja rápida e pujante

Pois acredita num novo valor

 

Confiante aponta para Belém

Leva atrás um mar de gente

Disposta a venerar o Salvador.

publicado por poetazarolho às 23:41 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Adivinha

 

O poder ofusca a razão

Política é o complemento

O capital é o condimento

E o ex-líbris é a corrupção

 

Passas a ser moeda de troca

De equilíbrios impossíveis

Os danos não são visíveis

Porque o mal não te toca

 

Vives na redoma de vidro

Blindado pela economia

És a nossa maior desilusão

 

Lixas o mais desfavorecido

Aquele que já não podia

E que faz das tripas coração.

publicado por poetazarolho às 00:03 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quarta-feira, 24.08.11

Triunfo

 

O mais importante é triunfar

Comunicando assertivamente

Contando mentiras à gente

Ou mesmo sem comunicar

 

Contam connosco seguramente

Que nós vamos comer e calar

Para que tenham triunfo impar

Pois que quem cala consente

 

Quando chegarem triunfantes

Lembrem-se dos que calaram

Dos que comeram sem comer

 

E por vós seguiram confiantes

Que sem acreditar acreditaram

Dando-vos o triunfo por sofrer.

publicado por poetazarolho às 22:36 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Terça-feira, 23.08.11

Petrificados

 

Se o mundo enlouqueceu

Enlouqueçamos também

Se equilíbrio desapareceu

Porque não tombar além?

 

Tombamos todos juntinhos

Assim ficamos dez mil anos

Levantamo-nos alinhadinhos

Numa pose imperial ficamos

 

Quem depois nos vier visitar

Nestas majestáticas posturas

Sentirá o mistério que ressoa

 

Como terão vindo aqui parar?

Imponentes petrificadas figuras

Estas estátuas à ilha de páscoa.

publicado por poetazarolho às 19:58 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 22.08.11

Voodoo

 

As coisas do sobrenatural

Devem ficar aonde estão

Até porque não ficam mal

E nem provocam confusão

 

Imagina um espírito do além

Num conselho de ministros

E alma penada não convém

Sairiam relatórios sinistros

 

Imagina um mestre de vudu

A conduzir uma dita reunião

E um ministro feito boneco

 

Com agulhas cravadas no cu

Por favor fiquem aonde estão

Que isto são coisas do caneco.

publicado por poetazarolho às 20:56 | link do post | comentar
Domingo, 21.08.11

Poema assassinado

 

Todos os poetas são poucos

Para a poesia ajudar a nascer

Até mesmo os poetas loucos

Podem ajudá-la a desenvolver

 

E que dizer dos poetas roucos

Nasce deles a poesia arranhada  

Que a ouçam os poetas moucos

Gritem-na, ou não ouvem nada

 

Que uma poesia assim gritada

Pode ainda mais longe chegar

Mais que a poesia amordaçada

 

Essa será uma poesia torturada

Não nascerá se a estão a matar 

Temos uma poesia assassinada.

publicado por poetazarolho às 19:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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