Terça-feira, 28.02.12

A morte sem máscara

 

Realidade não aceita máscara

Porque é real e descarada

Não esconde a nossa cara

Nem nossa alma asfixiada

 

Asfixiada pelo cheiro a morte

Dos nossos irmãos tombados

Por não terem melhor sorte

Ao fim do mês uns trocados

 

Não foi a fome, foi o vírus

Circula com maior intensidade

Nem foi falta de medicação

 

Temos que arranjar antivírus

Para combater a insensibilidade

Que reside no nosso coração.

 

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=31&did=52342

publicado por poetazarolho às 06:37 | link do post | comentar
Sábado, 25.02.12

Imaginação

 

Vós que lá do alto falais

Nós escutamos com atenção

Vós bem que vos explicais

Tentamos perceber, mas não

 

Nós imaginamos a evidência

O que evidencia imaginação

Falais bem, com clarividência

Tentamos imaginar, mas não

 

Descei cá abaixo amigos

Falai aqui a esta multidão

Descestes ou falastes? Não

 

Abandonados como mendigos

São milhares que aqui estão

Conseguis ver ou imaginar? Não.

publicado por poetazarolho às 20:08 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 24.02.12

Revolução em torno do eixo

 

Mundo em transformação

Às voltas do eixo a rodar

Não chegou à revolução

Só porque roda devagar

 

Mas dá muitas revoluções

Deixando-nos cá a pensar

Se são apenas rotações

Como se irá transformar?

 

Não sabemos a resposta

Mas a terra no-la irá dar

Porque esta insatisfação

 

Não se fica pela proposta

Algo vai ter que mudar

Chegue a revolução ou não.

publicado por poetazarolho às 21:21 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 23.02.12

25

 

Maior que o pensamento

Maior que tod’a saudade

25 anos foi um momento

Mas pareceu a eternidade

 

Traz outro amigo também

Para escutar sábia melodia

Venha quem vier por bem

Num e noutro e noutro dia

 

Tod’a primazia à palavra

Que o nobre ideal traduz

Seja lei a fraternidade

 

Consigamos nesta lavra

Sementeira que não reduz

Cada irmão à obscuridade.

publicado por poetazarolho às 23:35 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 22.02.12

Excepção é regra

 

Regra confirmada p’la excepção

Abaixo de cinquenta por cento

Acima deste valor dá-se inversão

Excepção passa a regra portanto

 

Tudo é volátil no nosso mundo

Das humanas regras fabricadas

Tudo pode mudar num segundo

P’las regras nunca antes aplicadas

 

As regras mais implacáveis

São as regras da mãe natureza

Impõem-se com tal velocidade

 

De consequências incontroláveis

Podem num segundo de incerteza

Arrancar o coração à humanidade.

publicado por poetazarolho às 19:39 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Terça-feira, 21.02.12

Pacto com satanás

 

A lama sendo infinita

Representa-nos bem

Nossa estupidez bendita

Sendo infinita também

 

Só assim pode justificar

O estado de indiferença

Que nos leva a ignorar

A verdadeira sentença

 

Chegará o julgamento

Nosso irmão injustiçado

Num estado de descrença

 

Não resiste ao chamamento

Há chamas por tod’o lado

Com satanás fará avença.

publicado por poetazarolho às 18:14 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 20.02.12

Infinito

 

Se alcançares o infinito

Teu potencial concretizado

Numa escultura em granito

Ou pequeno gesto isolado

 

Usa o tempo interminável

Para o objectivo alcançar

Na procura sê incansável

Sem pressas de lá chegar

 

Sei que é longa caminhada

Mas as recompensas virão

Que o infinito é inesgotável

 

Com o tempo de mão dada

Nunca duvides da tua razão

Será o infinito alcançável?

publicado por poetazarolho às 20:03 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 19.02.12

Poetica(mente) II

 

Do fado, não da poesia

Quero extrair uma lição

Estrofe a verdade exprimia

Quem mentia era o aldrabão

 

Quebra corações gingão

Da escura viela de Alfama

Típico perfil de engatatão

De mentiroso tinha a fama

 

Por vezes também o proveito

Que uma donzela consentia

Doutras não levava nada

 

Que o não tomavam a peito

Pois sabiam qu’ele mentia

Punham-lhe a cara esmurrada.

publicado por poetazarolho às 19:26 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sábado, 18.02.12

Poetica(mente)

 

“Poesia grande mentirosa”

Foi exaltação de momento

Poesia aguentou garbosa

Sem sequer soltar lamento

 

O poeta acabou por perceber

A injustiça em vão cometida

Vil poeta que o não chega a ser

Lamentará até ao fim da vida

 

Mas com toda a humildade

Apresenta o formal pedido

De desculpas também à prosa

 

Fora momento de insanidade

E descobre que havia mentido

Não era a poesia a mentirosa.

publicado por poetazarolho às 19:45 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 17.02.12

Einstein da poesia

 

Por certo Einstein da poesia

Faria um poema atabalhoado

Camões da ciência produziria

Sem velocidade ao quadrado

 

Da relatividade toda a teoria

Já vejo o Pessoa da culinária

Sem chocolate a mousse faria

Logo depois estrofe visionária

 

Brotaria da mente avassaladora

Do mestre que fora seu mentor

“Esta mousse é uma fingidora

 

Finge o doce tão completamente

Chega a fingir que é doce o sabor

Amargo que deveras se sente”.

publicado por poetazarolho às 20:52 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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