Domingo, 29.04.12

Campanades a morts II

 

Que nos venham assassinar

Apenas podemos tombar

Nós não podemos ripostar

Pela paz devemos alinhar

 

Obrigado por nos tirarem

Três vidas na flor da idade

Não reclamamos se levarem

Mais vinte da nossa cidade

 

Uma linha ténue existe

Eu não sei bem onde fica

Divide essa paz da guerra

 

Estado de guerra persiste

Tudo o que vês personifica

O mal que vence na terra.

 

Inspirado em La Revolta Permanent (Lluís Llach)

http://www.youtube.com/watch?v=nIWkzlBycQM&feature=player_embedded#at=22

publicado por poetazarolho às 19:54 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 27.04.12

Ensina-me a amar

 

Ensina-me a fazer bombas

Não me ensines a amar

Ensina-me a matar pombas

Não suporto vê-las voar

 

Tanta pomba assassinada

Tanto sangue pelo chão

Tanta gente estilhaçada

Nem me dói o coração

 

Quero ver tu’alma arder

No inferno desta guerra

Paira odor a morte no ar

 

Agora já estou a perceber

Ensina-me a amar na terra

Não me ensines a matar.

publicado por poetazarolho às 22:27 | link do post | comentar
Quarta-feira, 25.04.12

Foram cravos

 

Vamos Abril comemorar

Com Março à nossa porta

Está em força a regressar

E a noite escura exorta

 

Não haverá Abril de novo

Como muitos querem crer

Nem é pela força do povo

O povo fez-se p’ra sofrer

 

A sua força é uma ilusão

Pois dela não há memória

Só com as armas na mão

 

É possível fazer história

E não é qualquer capitão

Que nos conduz à vitória.

publicado por poetazarolho às 00:01 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sábado, 21.04.12

Aparência

 

Pertenço à obediência

Que me brota da vontade

Nunca contra a consciência

Sempre em prol da verdade

 

Não perco a clarividência

Nesta busca de liberdade

Só me afecta a inconsistência

Deste mundo de vaidade

 

Em que mais vale a aparência

De nada vale a solidariedade

Não lhe auguro sobrevivência

 

Neste caminho da futilidade

Não liguem à maledicência

Que eu não sou autoridade.

publicado por poetazarolho às 14:52 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 19.04.12

Mente dividida

 

O tratado de Tordesilhas

Então dividiu o mundo

O presente está a milhas

Deu um golpe mais profundo

 

Este o mundo esquartejou

Provido da mesma essência

Mente humana o preparou

Com requintes de violência

 

Uma divisão ao pormenor

Baseada na insegurança

Na fome, no medo e na dor

 

Há na mente ainda esperança

De um mundo um dia melhor

Que vi no olhar duma criança.

publicado por poetazarolho às 21:25 | link do post | comentar
Quarta-feira, 18.04.12

A última rosa

 

Escondida atrás do muro

Está a humanidade inteira

Lá não encontrará futuro

Da rotura está à beira

 

Espreita, vê e finge não ver

O óbvio dos nossos dias

Que aquele que se esconder

Vítima de suas covardias

 

Vai assistir ao espezinhar

Do jardim do seu vizinho

Se nada fizer para o ajudar

 

E quando se vir sozinho

Voltarão para o maltratar

Terá trilhado seu caminho.

publicado por poetazarolho às 20:28 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 16.04.12

Oração

 

Avante camarada Cristo

Brilha no nosso coração

Nós sabemos Tu és isto

Por seres nossa redenção

 

A paz, o pão e a habitação

Tu andaste sempre em guerra

Nascido na gruta, salvação

Alegria dos homens na terra

 

Não passará a reacção

À tua morte p’la nossa vida

E enquanto esta não passar

 

Aceita esta nossa oração

Com a veneração devida

Te contemplamos no altar.

publicado por poetazarolho às 21:24 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 15.04.12

Importante

 

Se fosse mais importante

A quem iria importar

Há por aí muito pedante

Com estatuto invulgar

 

Pavoneiam a importância

Em todo e qualquer lugar

Não importa a circunstância

O que importa é pavonear

 

Nesta tão absurda escala

Eu cá não me posicionarei

Prefiro a importância perder

 

Comigo ninguém se rala

Não sou rico nem sou rei

Que importância poderia ter?

publicado por poetazarolho às 00:38 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 12.04.12

Tempo sem tempo

 

O tempo que nos parece

Correr com celeridade

É tempo que não envelhece

Fica velha a humanidade

 

Todo o tempo permanece

Inesgotável no universo

E ao homem ele oferece

Este tempo para o verso

 

Um dia triste e abandonado

Ficará o tempo sem poesia

Terá do homem memória vaga

 

Em seu arquivo nosso legado

Será consultado um dia

Que a memória não se apaga.

publicado por poetazarolho às 23:21 | link do post | comentar
Terça-feira, 10.04.12

Não ao extermínio

 

P’ra viver com o dinheiro

Tem o homem de renascer

Sem este olhar sobranceiro

Que fulmina o outro ser

 

Para poder ser o primeiro

E mais do que o outro ter

Se vem ao mundo como veio

Com sua condição aprender

 

Aprender que é pequenino

Não dura mais dum segundo

Tempo cósmico é indicador

 

Conservar sorriso de menino

E fazer a aposta num mundo

Que seja fecundo no amor.

publicado por poetazarolho às 21:55 | link do post | comentar | ver comentários (1)

mais sobre mim

links

posts recentes

últ. comentários

Posts mais comentados

arquivos

pesquisar neste blog

 

subscrever feeds

blogs SAPO