Quarta-feira, 27.08.14

Loucos apenas

 

Tudo não se explica

Na loucura consciente

Que por vezes amplifica

Eco quase permanente

 

Tudo não se qualifica

Pelo catálogo vigente

Pois muita coisa fica

Apenas dentro da gente

 

Somos seres inexplorados

Muito além da ciência

Por estudos obstinada

 

Talvez um dia descodificados

Mas com muita paciência

Loucura seja despenalizada.

publicado por poetazarolho às 23:37 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 26.08.14

Assombração

 

A mansão está assombrada

Anda tudo em alvoroço

Fantasma caiu da escada

Mas não partiu nenhum osso

 

Mordomo que é vampiro

Já chamou para o almoço

Princesa solta um suspiro

“Morde-me aqui no pescoço”

 

Lá fora a vida corre

Isenta de bruxaria

Sem qualquer assombração

 

Até de tédio se morre,

Mas como viver queria

Mudei-me para a mansão.

publicado por poetazarolho às 00:09 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sexta-feira, 22.08.14

Humano de lata

 

Eu estou robotizado

Sou um humano de lata

Um mero assalariado

Todos me põem a pata

 

Sou do mais produtivo

Faço o trabalho de dez

Quando já não fôr activo

Dão-me logo com os pés

 

Sou uma lata reciclável

Viro um carro ou foguetão

No mundo novo admirável

 

Em constante mutação

Ser humano é execrável

Viva esta robotização.

publicado por poetazarolho às 22:44 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 19.08.14

Eclipse lunar

 

Aniquilados estamos

Em tempos de arrasar

Hipnotizados ficamos

Neste casino a jogar

 

Ao black jack nos vamos

Com o copo a cintilar

Umas dez fichas jogamos

É on the rocks emborcar

 

Sempre em busca do filão

No final já nem notamos

Onde nos querem levar

 

Resistir não é condição

Apenas e só estranhamos

Não ver a luz do luar.

 

publicado por poetazarolho às 13:37 | link do post | comentar
Domingo, 17.08.14

Tango solo

 

Dançando com a solidão

Nunca me ouvera ocorrido

Mas chegou-me ao ouvido

Em jeito de sugestão

 

Dei-lhe toda a razão

Como se fizesse sentido

P'ra logo me sentir perdido

Por não ver a multidão

 

Mas dancei sem ouvir nada

Recusando estar acordado,

O sonho não foi em vão

 

Pois vi toda a gente sorrir

Deliciados com o sapateado

Ao som dum acordeão.

publicado por poetazarolho às 19:35 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 14.08.14

Bandeira negra

 

São o sal de Portugal

Palavras de outro mar

Que não poderás calar

Pois cravadas no areal

 

São memória integral

De quem tudo soube dar

E sem nunca questionar

Sobre o seu valor real

 

Povo que dá o que tem

Culmina em exaustão

É tratado com desdém

 

Por aqueles que o não são

Mas que se o fossem porém

Cedo emendariam a mão.

publicado por poetazarolho às 22:46 | link do post | comentar
Terça-feira, 12.08.14

A nossa menina

 

A Bimby está labuzada

Creio que de chocolate

É cozinheira prendada

Os elogios são à parte

 

Também faz bom bacalhau

Boas ameijoas de caril

Nunca comi nada mau

Tudo o que faz é baril

 

É um bom  investimento

Mesmo o mais apreciado

Presente na nossa rotina

 

Aprecio cada momento

A degustar o cozinhado

Que nos serve esta menina.

publicado por poetazarolho às 22:49 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 07.08.14

Virtualmente

 

O dinhero é virtuali
Nesta enorme cansera
Mas o buraco é reali
Mesmo qu'a gente nã quera

E o cagaço é fatali
Levando à bandalhera
Do momento actuali,
Explico doutra maneira

Tudo vale para ter
Apenas mais um milhão
Nem que seja virtualmente

O que está a acontecer
Faz parte duma situação
Com a realidade ausente.

publicado por poetazarolho às 21:26 | link do post | comentar | ver comentários (5)

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