Quarta-feira, 29.06.16

Conexões

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Vou estando conectado

A um mundo interior

Espaço esse confinado

A um outro espaço maior

 

Tão vasto que é infinito

Tão pequeno e inexistente

Tão potente, eu admito

Tão fraco e incipiente

 

Tão cuidado e tão bonito

Tão devastado e deprimente

Que à raiz quadrada do ser

 

Tão somente solicito

Que se olhe para a gente

Antes que se deixe de ver.

publicado por poetazarolho às 01:24 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 26.06.16

Cotovia

Cotovia.jpg

Ao voar passei um dia

Pelo portal da saudade

Onde estava uma cotovia

Que me ofereceu eternidade

 

Embarquei na ilusão um dia

Levado em dose d’ingenuidade

Mas desse estado logo sairia

No reencontro com a realidade

 

Com linda ave negociaria

Ao permutar sua oferta

Por um’além da compreensão

 

Por toda a eternidade ficaria

Prostrado numa ilha deserta

Tentando descodificar a ilusão.

publicado por poetazarolho às 12:55 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 22.06.16

Ressuscitei

Ressuscitei.jpg

Vida que não aprendi

Estou tentando aprender

No dia em que morri

Apenas parei de viver

 

Sem imagem reflectida

Logo o espírito serenou

Abandonando-me a vida

Sem vida sou o que sou

 

Não encontro a perfeição

Porque a perfeição ruiu

Num acto irreflectido

 

E na última refeição

Houvera quem me traiu

Mas nunca terei morrido.

publicado por poetazarolho às 20:57 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 20.06.16

Sossegos

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Sossego desassossegado

Nunca foi desassossego

Pessoa preocupado

Também eu sou não nego

 

As coisas que nunca foram

Terão sido coisa nenhuma

Também os areais imploram

Por ondas do mar com espuma

 

E quando tudo nos cansa

Não tentemos descansar

Usemos o coração

 

P’ra encetar a mudança

Pois não é por muito amar

Que se atinge a exaustão.

publicado por poetazarolho às 23:00 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 16.06.16

Paralelas

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Nesta vida paralela

Às vidas que andam aí

Porquanto me esqueci dela

Quase a vida não vivi

 

E se a vida secundar

Ainda muito hei-de viver

Porquanto possam pensar

Não irei a vida esquecer

 

Nas parábolas da vivência

Tenciono ainda circular

Em espirais d’ascenção

 

Com toda a pertinência

Posso ver-me a contornar

A vida sem que haja razão.

publicado por poetazarolho às 22:49 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 15.06.16

Marca registada

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Deixo aqui minha marca

Registada no coração

Não sei quantos abarca

Mas por certo alguns serão

 

Nela minha alma embarca

Viagem não será em vão

Subindo a bordo da barca

Onde todos embarcarão

 

Por isso a marca importa

Seja registada ou não

Deve ter muito sucesso

 

Vendida de porta em porta

Passada de mão em mão

Não importa o processo.

publicado por poetazarolho às 22:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 09.06.16

Esse mar

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Oxalá morra em breve

Tod’a gente do passado

O presente está em greve

E o futuro hipotecado

 

Nesta barca aparelhada

Nunca lá iremos chegar

Depressa se fez alada

Finta o destino a voar

 

E assim se fez o mundo

De tão simples a receita

Parecendo nem resultar

 

Confirma o fim fecundo

E nessa viela estreita

Já se vê ao longe o mar.

publicado por poetazarolho às 06:51 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 06.06.16

Desadaptação

Desadaptação.jpg

Adaptação ao mundo

Não tem obtido sucesso

Mas é desejo profundo

Que continue o processo

 

Tentado à exaustão

Mesmo não resultando

Esqueço a adaptação

Sigo apenas tentando

 

Uma via alternativa

Que por certo existirá

Pelo menos um esboço

 

Se não fico à deriva

Ou então ao deus dará

Ou atiro-me ao poço.

publicado por poetazarolho às 23:57 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 05.06.16

Valorização

Valorização.jpg

Prefiro não existir

E ser aquilo que sou

A verem-me sucumbir

Às ordens do que pensou

 

Pensem tudo, não p’ra mim

Pensem tudo, sem cessar

Se em tudo pensarem enfim

Poderão parar de pensar

 

Esgotados os pensamentos

Chega a hora de meditar

Em nova lei universal

 

Regressar aos sentimentos

O ser humano valorizar

Como valor fundamental.

publicado por poetazarolho às 23:49 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 03.06.16

Evasões

Evasões.jpg

Em fuga sempre me vi

Só não consegui fugir

Mas disposto a resistir

Dentro de mim permaneci

 

São fronteiras limitadas

As do corpo em redor

Seria dum mundo maior

Se as vira extravasadas

 

Remetido a espaço conciso

Sem possibilidade d’evasão

Sou um corpo que se arrasta

 

Mas pensar não é preciso

Remeto-me à contemplação

Se a evasão de mim se afasta.

publicado por poetazarolho às 00:15 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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