Irmãos
Ó irmão de meu irmão
Meu irmão também és
Não vislumbro eu razão
Para levarmos c’os pés
Mas eu devo ser cego
Pois há pr’a cima de mil
A côr da pele não nego
Define-te logo o perfil
Branco, azul, preto, amarelo
Ó coitado meu irmão
Estás feito num farelo
Não vales mesmo um tostão
A razão para o atropelo
Existires é suficiente razão.