... eu disse ao Anjo que iria tentar responder-lhe, Poeta... ainda bem que eu não prometi conseguir! Sabe que este seu sonetilho está uma pequena maravilha? Fico quase sem palavras, mesmo as da prosazinha comum... está tão bem conseguido que quase visualizo alguém a dizer-me isto, condensando toda a sua vida nestas quatro estrofes...
MEADAS...
Serás sempre meada, inteira ou não,
Dum fio de vida em breve desfiar
E quer possas, quer não, terás de ousar
O fio da vida em tal contradição...
Hoje, amanhã, depois... continuar!
Que o tempo, sem a tua permissão,
Sem tu lhe dares licença pr`a passar,
Passou-te à frente e nem pediu perdão...
Mas, venha lá quem venha, a vida é tua!
Se a alma não protesta, o corpo sua...
E suará demais se não te ergueres,
Se não brandires ao vento, em cada rua,
De braço levantado, o que em ti estua
No punho das palavras que trouxeres!
Olhe, Poeta... saiu-me em soneto "mal acabado". Precisa de muito trabalhinho para ficar menos "desafinado", mas foi o que saiu desta funda soneira em que estou... abraço grande!