Domingo, 31.07.11

Vida eterna

 

Pr’á vida não ter fronteiras

Deves procurar a tua sorte

Pois mesmo que não queiras

Tens a fronteira da morte

 

Faz da vida a vida eterna

Qu’a morte não te encontrará

Se viveres de forma tão plena

Sopro de vida te embalará

 

Em morte embalado pl’a vida

Nunca mais serás esquecido

Linha de fronteira desvanecerá

 

Pois com a alma assim repartida

Mesmo depois de teres morrido

Sempre alguém te lembrará.

publicado por poetazarolho às 12:05 | link do post | comentar
Sábado, 30.07.11

Condenados

 

Não ouvimos ninguém gritar

Não vemos ninguém respeitar

Não ouvimos ninguém cantar

Não vemos ninguém dançar

 

Não sentimos ninguém a abraçar

Não sentimos perfume de ninguém

Não sentimos ninguém a beijar

Mortos ou vivos, estaremos bem?

 

Condenar à morte não é opção

Não actuamos em Seu nome

Mas teremos sido condenados?

 

Condenar à vida também não

Os que deixamos morrer à fome

Não poderiam ter sido ajudados?

publicado por poetazarolho às 14:30 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Sexta-feira, 29.07.11

Mimos ao poder

 

Cultura não é ministério

E nem nunca poderia ser

Cultura é um assunto sério

Não entra em jogos de poder

 

Ministério é o da agricultura

Aí sim já podemos concordar

Que para uma boa legislatura

Muitos nabos há que plantar

 

Se a cultura chegasse ao cimo

Seria outra a forma de governar

Agricultura seria despromovida

 

Pr’a ministro teríamos um mimo

Um dia havemos de lá chegar

Já os nabos far-se-iam à vida.

publicado por poetazarolho às 21:56 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 28.07.11

Alucinação

 

 

Não há respostas ao retardador

Na actual sociedade chiclete

Mastiga até perder o sabor

A seguir deita fora na retrete

 

Esta é uma sociedade sem dor

Moda Primavera/Verão promete

Estação com muito esplendor

Depois deita fora, não faças frete

 

É uma sociedade a todo o vapor

Em que dás um passo em frente

Mesmo estando à beira do abismo

 

Lá em baixo sente tudo ao redor

E se sentires um cheiro diferente

Não esqueças, puxa o autoclismo.

publicado por poetazarolho às 22:04 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 27.07.11

Lança-chamas

 

Todos os gritos são nossos gritos

Mas é mais fácil não o reconhecer

Enquanto são os outros os aflitos

E quando formos nós a perecer?

 

Não haverá ninguém pr’a acudir

No momento dessa nossa aflição

Porque já ninguém estará a ouvir

Que nos restará como solução?

 

Enquanto tempo ainda nos resta

Demonstremos a nossa indignação

Enchamos bem os peitos de ar

 

Vamos mostrar a quem não presta

Como é um mundo em combustão

Com o lança-chamas vamos gritar.

publicado por poetazarolho às 23:47 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Desinformação

 

Tu pensas que sabes que sei

Mas eu próprio não sei nada

Zangado também não estarei

Com a sociedade plastificada

 

Muito mais agradado ficaria

Numa sociedade mais aberta

Sincera e solidária, todavia

Por agora temos esta da treta

 

Os murais são ditos em geral

Representam toda a intoxicação

Do audiovisual feito à medida

 

Que te apresenta o facto banal

É censura esta desinformação

E esconde a dimensão da vida.

publicado por poetazarolho às 07:44 | link do post | comentar
Terça-feira, 26.07.11

Couve roxa

 

Escrevo sobre coisas banais

Alfaces e outros vegetais

Papoilas nunca são demais

Pó branco e efeitos especiais

 

Não para os comuns mortais

Escrevo para mentes amorais

Desprovidas de valores sociais

Formas de vida infinitesimais

 

Que povoam os nossos murais

Com a necessária informação

Satisfazendo qualquer trouxa

 

Abastecendo os factos normais

Acessíveis à nossa compreensão

Eu escrevo sobre a couve roxa.

publicado por poetazarolho às 23:59 | link do post | comentar | ver comentários (1)

A besta

 

Entre o bicho e o homem

Vai uma distância enorme

Os bichos matam e comem

Homem mata sem ter fome

 

Homem mata só por prazer

Até mesmo o seu semelhante

E grita na hora do ver morrer

Esta é uma vitória retumbante

 

Este homem é mais que bicho

Mata, destrói e canta vitória

É uma aberração da natureza

 

Filho de Deus, satanás ou lixo?

Muitos houve ao longo da história

Encarnações da besta com certeza.

publicado por poetazarolho às 00:18 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 24.07.11

Visão

 

Pr’a ver além do que vemos

Fechei meus olhos e tentei

Pode ser que lá cheguemos

Mas esta visão eu não logrei

 

Só vi uma imensa escuridão

Que a imaginar não t’atrevas

Por fim vi um imenso clarão

Vou te pedir que o descrevas

 

Imagino além da imaginação

Já que esse clarão eu não vi

Era a mudança que já lá vem

 

Ou foi porventura uma visão

De um sonho, pois adormeci

Em acordando sinto-me bem.

publicado por poetazarolho às 23:41 | link do post | comentar
Sábado, 23.07.11

Olhar derradeiro

  

Tu que tens os deuses dentro

Sabes que viver vale a pena

Que o entusiasmo é epicentro

Da mudança que nasce serena

 

Rejeitas a mesquinhez actual

Das verdades feitas a pedido

Que querem mostrar só o mal

Te prendem à vida sem sentido

 

Olhas este circo em teu redor

Cada dia uma pirueta diferente

Oferecida pelos malabaristas

 

É necessário outro circo melhor

Que este está velho e decadente

Constrói o novo, nunca desistas.

 

 

Inspirado em,

http://www.youtube.com/watch?v=mdY64TdriJk

publicado por poetazarolho às 20:12 | link do post | comentar | ver comentários (7)

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