Quarta-feira, 10.08.11

Que futuro?

 

Liberta teu pensamento

Ser escravo não é opção

Sobra tempo pró lamento

Falta tempo pr’a solução

 

Somos água setenta por cento

E o resto é uma maldição

Temos na pele um pigmento

Determinará nossa condição?

 

Se é amarelo atrás dele já

Se é negro sai bastonada

Se está roxo já podes parar

 

Peles vermelhas já não há

Se é branco não faças nada

Que futuro iremos alcançar?

publicado por poetazarolho às 22:43 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 09.08.11

Fogo distante

 

Londres é fogo que arde e se vê

Há ali porém uma face escondida

É a face que não mostram na TV

Mas nós pressentimos essa ferida

 

Tem por base a clivagem social

Originada na sociedade dividida

Por força do acumular de capital

Pobre pr’ó gueto, rico pr’avenida

 

Fogo que arde, mas não se sente

Fumo que se vê, mas não se cheira

Destruição real, mas muito distante

 

Esta preocupação nem é com a gente

Se não atacada sua causa verdadeira

Abeira-se de nós num curto instante.

publicado por poetazarolho às 19:47 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 08.08.11

Hipóteses

 

Hipótese dum mundo melhor

Hipótese dum mundo animal

Hipótese dum mundo pior

Hipótese dum mundo banal

 

Hipótese dum mundo menor

Hipótese dum mundo imoral

Hipótese dum mundo maior

Hipótese dum mundo amoral

 

A hipótese escolhida afinal

Parece pouco ou nada importar

Tal como se encontra imundo

 

O mundo será em breve virtual

Não há hipóteses a considerar

Está sem hipótese este mundo.

publicado por poetazarolho às 20:36 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Domingo, 07.08.11

Tanto ma.mar II

 

Res publica está prostrada

Já não se aguenta em pé

Porque tem sido sugada

Com a conivência do Zé

 

Ó Zézinho vê lá se acordas

Antes que seja tarde demais

Quanto mais tu os engordas

Ainda eles te espremem mais

 

É sempre a mesma a cantiga

Já devias sabê-la de ouvido

Quem antes esteve a governar

 

Nem sei mais o que te diga

Deixou o país todo destruído

Esteve aqui só para mamar.

 

Fado Tropical – Chico Buarque

http://www.youtube.com/watch?v=VHQFmBrjLCM

publicado por poetazarolho às 23:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sábado, 06.08.11

A chama

 

Sinais exteriores de riqueza

Sei que dão muito que falar

Sinais interiores de pobreza

Nunca vi alguém preocupar

 

Mas é bem mais preocupante

Toda essa pobreza interior

Pois é muito mais degradante

Tudo o que provoca em redor

 

Nunca por dentro empobreças

Nem enriqueças exteriormente

Sabes que possuir não é viver

 

E portanto nunca te esqueças

Pr’a que possas viver plenamente

Mais vale por dentro enriquecer.

publicado por poetazarolho às 20:11 | link do post | comentar
Sexta-feira, 05.08.11

Tanto ma.mar

 

Sei que estás em festa pá

Nós por cá é que já não

Aqui deste lado já não dá

Qualquer dia falta o pão

 

O ministro até já afirmou

Nada será como dantes

Como no tempo do meu avô

Voltaremos a ser emigrantes

 

Sei que há léguas a nos separar

Temos que partir novamente

Se isto por cá continuar assim

 

É que foram muitos a mamar

Sim, manda urgentemente

Algum cheirinho de alecrim.

publicado por poetazarolho às 19:29 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 04.08.11

Já não conheço

 

Já não conheço oposições

Nem aqui nem noutro lado

Conheço é muito comprado

Que na rua grita uns chavões

 

Já não conheço ideologias

Foram varridas pl’a corrupção

Servir o estado já não é opção

De bandeja servem demagogias

 

Já não conheço livre pensar

Só vejo máquinas de calcular

E outras tantas para baralhar

 

Perguntas, onde está a oposição?

Em cada um de nós, pois então

Adormecida, por isso a podridão.

publicado por poetazarolho às 22:22 | link do post | comentar
Quarta-feira, 03.08.11

Trio ode mira

 

Não é uma ode à corrupção

Nem uma ode à insensatez

Mas neste trio há um ladrão

E logo atrás há outros dez

 

Um aponta pr’a bem longe

E nunca mais ninguém o viu

O outro não parece um monge

O terceiro muita coisa previu

 

Todos roubam minha gente

Nesta pobre pátria desdita

E ninguém se parece fartar

 

Seremos nós gente pensante

Ou um bando de gente aflita

Pobre do povo que fica a mirar.

publicado por poetazarolho às 23:20 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Terça-feira, 02.08.11

Caminhada II

 

Escuta bem o silvo do vento

Tu passas e os calhaus ficam

Que nunca te falte o alento

Mesmo se não te apaparicam

 

Apesar das muitas picadelas

E só com metade do cérebro

Mesmo comendo as mistelas

Pensa, eu não torço, só quebro

 

Este é o caminho dos duros

Que sonham, partem e vencem

Moldados pl’as agruras cansam

 

Há poucos assim, só os mais puros

São aqueles que nunca estremecem

E só no final sentam e descansam.

publicado por poetazarolho às 23:21 | link do post | comentar
Segunda-feira, 01.08.11

Campanades a morts

 

Companheiros foram mortos

Pelas forças de um ditador

Ainda hoje estamos absortos

É prolongada e grande a dor

 

Companheiros estão entre nós

Pela sua enorme coragem

Ainda hoje lembramos sua voz

A eles prestamos homenagem

 

Assassinos de razões, de vidas

Não podeis mais descansar

Nosso eterno grito de guerra

 

Nunca sarará  estas feridas

Sempre haveremos de cantar

Este simbólico hino na terra.

 

Inspirado em La Revolta Permanent (Lluís Llach)

http://www.youtube.com/watch?v=nIWkzlBycQM&feature=player_embedded#at=22

publicado por poetazarolho às 22:57 | link do post | comentar | ver comentários (2)

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