Terça-feira, 18.10.11

Adeus

 

A alternativa é a bancarrota

Então deixem a banca romper

Porque se a banca fez batota

Não tenho que à fome morrer

 

Alternativa é o neoliberalismo

Então podem deixá-lo afundar

Pois se nos leva pr’o abismo

Eu não tenho que me atirar

 

Tenho pena òh pátria minha

É nenhuma a saudade de ti

Faço as malas, vou embarcar

 

Um dia volto à santa terrinha

Lembrarei o sítio donde parti

Sem a esperança de voltar.

publicado por poetazarolho às 23:51 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Segunda-feira, 17.10.11

Dantas not

 

Há um parlamento na rua

Que veio para continuar

Por que esta luta continua

Não começou pr’a terminar

 

Também eu serei deputado

Deste parlamento sem abrigo

Nessas escadarias sentado

Não olhando o meu umbigo

 

Por favor não votem em mim

Não sou candidato sequer

Tanto luxo seria o meu fim

 

Não há volta, agora será assim

Aprovaremos leis de morrer

Morra o Dantas, morra! Pim!

 

http://www.triplov.com/almada_negreiros/anti_dantas.htm

publicado por poetazarolho às 22:29 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Domingo, 16.10.11

Fuzilamento

 

Não há lugar ao lamento

Porque tudo vale a pena

Se a dívida não é pequena

Deves aproveitar o momento

 

Decretas um ajustamento

E ajustas todo este pessoal

Que nem andava a viver mal

Mas era muito o rendimento

 

Agora é preciso trabalhar

Mais uma boa meia horita

A ver se o país arrebita

 

E se ele teimar em afundar

Terá que ser outra a receita

Pr’a nos livrarmos da maleita.

publicado por poetazarolho às 19:39 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sábado, 15.10.11

Alucinação

 

E o povo saiu à rua

Mas a rua não estava

Pensava que era sua

Mas muito se enganava

 

E o povo ficou parado

À espera de uma decisão

E por momentos calado

Até que disse que não

 

Vamos pr’a rua de novo

Mas já não seremos povo

Seremos uma alucinação

 

Quem pensa que tudo pode

Verá quando o povo explode

Seu sangue espalhado no chão.

publicado por poetazarolho às 21:09 | link do post | comentar | ver comentários (3)

Atingido por um poema

 

Dos poemas que fugiram

Desses não reza a história

Daqueles que sucumbiram

Tenha paz a sua memória

 

E numa pedra de calçada

Um poema nasceu um dia

Mas a pedra foi atirada

A quem do poema fugia

 

Atingido no meio da nuca

Por tais palavras tão belas

Rendeu-se de vez à poesia

 

E não fosse usar peruca

Seriam maiores as mazelas

Assim galo de versos nascia.

publicado por poetazarolho às 01:16 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 13.10.11

Futuros

 

 Todos os futuros existem

Estão escritos no firmamento

E há os futuros que resistem

Transferidos pró pensamento

 

É que um futuro pensado

Com muita calma e sabedoria

Não será um futuro enjeitado

Dar-te-á paz e harmonia

 

Mas se pensas um futuro

Envolto num turbilhão

Qual poderá ser o resultado?

 

E se o pensas no escuro

Esse futuro de antemão

Será muito negro o coitado.

publicado por poetazarolho às 22:15 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 12.10.11

Bit generation

 

Agora que estamos ligados

Já nada haverá a fazer

Querem ver-nos crucificados

Mas nem havemos de morrer

 

Ao terceiro dia ressuscitamos

I-Pad trará uma mensagem

Pela estrada dos bits vamos

Embora estreita a passagem

 

Se o bit estiver a zero

Será nulo esse contributo

Pelo caminho morreremos

 

Se estiver a um como espero

E eu não pretendo ser bruto

Uma lição ao mundo daremos.

publicado por poetazarolho às 21:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 11.10.11

Execute-se

 

O próximo orçamento

Será difícil de executar

Não há lugar ao lamento

Alemanha vai-nos ajudar

 

Por via-férrea vai seguir

Numa carruagem mercante

Um pijama às riscas vestir

Não usará desodorizante

 

Seu cabelo será rapado

Fará todo o trabalho forçado

Não mais dormirá descansado

 

E no dia que lhe fôr destinado

Numa câmara será encerrado

Orçamento morrerá gaseado.

publicado por poetazarolho às 21:29 | link do post | comentar | ver comentários (6)
Segunda-feira, 10.10.11

Sem memória

 

Desde que existe memória

Não houve orçamento assim

Foi muito antes da história

Não te comiam a ti e a mim

 

Agora em nome da soberana

Deste reino pós modernista

Vem exigir-nos mais grana

Não há espírito que resista

 

Para essa soberana alimentar

O coiro e o pêlo entregas

Melhor é a memória perder

 

Porque se te fosses lembrar

Até às calendas gregas

Seria sempre a padecer.

publicado por poetazarolho às 21:16 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 09.10.11

Cara alegre

 

Austeridade marca a hora

Não espera acontecer

Então vamos lá embora

Estamos aqui pr’a receber

 

A hora é hoje, aqui e agora

Não se devem esquecer

Quem com a colecta colabora

Por certo irá emagrecer

 

Para quem disser o contrário

O imposto sobre a gordura

Será a prova derradeira

 

Vamos engordando o erário

Que o nosso esqueleto pendura

Austeridade é a única maneira.

publicado por poetazarolho às 23:51 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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