Sexta-feira, 07.10.11

A gota de água

 

O Titanic já se está a afundar

Só há salva-vidas pr’alguns

A orquestra continua a tocar

Indiferente a todos os zunzuns

 

Lembrei-me agora de repente

Vamos ocupar Wall Street

Não ao capital, sim a nós, gente

Não aos cravos, sim à dinamite

 

Já viram a beleza da democracia

Que todos os excessos permite

Há que inventar algo novo

 

Como acontece à autocracia

Já que a democracia não se demite

Também cairá pela força do povo.

publicado por poetazarolho às 20:50 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 06.10.11

Mundo ignorante

 

Dizem que o mundo mudou

Mas o que mudou no mundo?

Acordemos! Um galo cantou

Que sono letárgico e profundo

 

Ninguém parece querer acordar

É mais fácil tácita concordância

Rabo a abanar e língua a salivar

É mais incomoda a discordância

 

A ignorância é irmã da felicidade

Vives feliz se o mundo ignorares

Tornaste cúmplice desta alegria

 

A ganância é a mãe da maldade

Que corrói deste mundo os pilares

E te embala neste sono de letargia.

publicado por poetazarolho às 23:25 | link do post | comentar | ver comentários (4)
Quarta-feira, 05.10.11

Vagas

 

Se te quedas imperturbável

Num cantinho d’encantar

Não encontrarás solo arável

Para a semente germinar

 

Deixa a zona confortável

Um dia poderás encontrar

Vaga alterosa e instável

Como quem se faz ao mar

 

Sente o perigo muito perto

Como qualquer navegante

Que navega em mar aberto

 

Ao alcançar porto de abrigo

O desconforto reconfortante

Sente nos braços dum amigo.

publicado por poetazarolho às 22:32 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Segunda-feira, 03.10.11

Nuvens

 

Um poema com sua graça

E sempre em transformação

Faz nascer luz da desgraça

Pr’a melhor cantar a canção

 

Não só canta como esvoaça

Embalado por uma ilusão

Fala da boémia, não disfarça

Sem nunca nos dizer que não

 

Mas quando se torna solitário

Facilmente nos diz o contrário

Promessas esquece de honrar

 

Nuvens ensinaram-lhe um dia

Passando com sua sabedoria

Que sem olhos podiam chorar.

  

Tradução livre de,

http://poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt/257149.html?replyto=3435389#reply

publicado por poetazarolho às 22:06 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Domingo, 02.10.11

A quoi ça sert

 

La vie en rose il fait faut

Sous le ciel de Paris, la ville

Les gens ils passe nom dieu

A quoi ça sert l’amour, vil

 

Nom, je ne regrette rien

Le roi a fait battre tambour

La fête continue, demain

Milord, a quoi ça sert l’amour

 

Elle fréquentait la rue Pigalle

Je n’en connais pas la fin

Pour les amants d'un jour

 

Bal dans ma rue, quel bal

Le droit d’aimer, jusqu’à la fin 

Les gens, a quoi ça sert l’amour.

publicado por poetazarolho às 20:15 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sábado, 01.10.11

Dr Zeca

 

Que venham mais cinco

Dos índios da Meia-Praia

O que faz falta é o afinco

Para que o vampiro caia

 

Traz outro amigo também

No comboio descendente

Maria Faia também vem

A morte saiu à rua doente

 

Eu vou ser como a toupeira

A formiga no carreiro não dá

Viva o poder popular, não falha

 

Nefretite não tinha papeira

Os eunucos já nós temos cá

Vê lá como se faz um canalha.

publicado por poetazarolho às 19:09 | link do post | comentar | ver comentários (1)

Dever constitucional

 

Será o limite ao sacrifício

Inscrito na constituição ?

A mim parece-me que não

Dirão são ossos do ofício

 

O teu esforço será vitalício

Claro está a bem da nação

Direitos não mais existirão

Constituição dirá no início

 

 “O teu sacrifício é um dever”

E sobre deveres está tudo dito

Bolsa ou vida deves entregar

 

Se não tens bolsa deves morrer

De contrário entrega-nos o guito

E então terás direito a respirar.

publicado por poetazarolho às 00:01 | link do post | comentar | ver comentários (3)

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