Sábado, 29.09.12

Escravo da liberdade

 

Onde começa a liberdade

Se alguma vez começou

Para que saibas a verdade

Antes de começar acabou

 

Começou a lenta asfixia

Sob uma capa disfarçada

Que a vida livre prometia

Enquanto nos era retirada

 

Agora perante a evidência

Dum beco já sem saída

As doses de maledicência

 

Não mudam a causa perdida

Livre um dia da existência

Para ser escravo tod’a vida.

publicado por poetazarolho às 17:59 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 27.09.12

Mundo perfeito

 

Comeu feijão com arroz

Como se fosse um príncipe

Esse nó no estômago atroz

Desta fome como acepipe

 

Um num bilião sem voz

Impossibilitado de gritar

Sentindo repulsa feroz

Por nada conseguir mudar

 

Nesse seu beco imundo

Onde jaz vivo num papelão

Seu aconchego, seu leito

 

Nada sequer pediu ao mundo

Aqui não conta a sua opinião

Neste mundo tão perfeito.

publicado por poetazarolho às 21:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 25.09.12

Basta

 

Nunca te dês por vencido

Volta sempre a começar

Se tudo parece perdido

Tens de novo que tentar

 

Porque numa eternidade

Felicidade não está perdida

Há sempre oportunidade

Porque é aqui a vida

 

Tens cérebro e coração

Um espírito e uma alma

Não te sintas desprezado

 

É sempre tua a decisão

Viver a crédito, sem calma

Ou pôr os fantasmas de lado.

 

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=mj5aAPmgGgQ

publicado por poetazarolho às 22:42 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Sábado, 22.09.12

Pós manif

 

Depois da manifestação

Fica o retrato de afecto

Fica também a sensação

De um Portugal abjecto

 

Onde só alguns contam

E os outros desprezáveis

Os que ao povo remontam

Meros objectos contáveis

 

Como estava assim ficou

Este país em desgraça

O poder que o assaltou

 

Está a deixá-lo sem graça

Deste povo que gritou

Ficou a esperança na praça.

publicado por poetazarolho às 13:06 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 21.09.12

Sim

 

Não há fio condutor

Qualquer mecha ou chama

Não venha o historiador

Agora ninguém o aclama

 

Não há feitos p’ra contar

Andamos por aqui desfeitos

Que futuro conquistar

Quando estaremos refeitos

 

Deste tempo sem sentido

Sem valores ou tradição

Por maldições acometido

 

Pelas trevas ensombrado

Cresce em nós a sensação

Dum futuro no passado.

publicado por poetazarolho às 19:06 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 19.09.12

Não

 

Um futuro sombrio

Sob o sol abrasador

Imagino, não sorrio

Não imagino tanta dor

 

É no Verão, faz frio

No silêncio um clamor

Alma perdida, sem fio

Dum passado sem sabor

 

Sombrio, sem futuro

O presente assustador

Um mestre, uma missão

 

Fio condutor, bom auguro

Um contacto com o amor

Uma esperança?... Não!

publicado por poetazarolho às 22:42 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 17.09.12

Tinta negra

 

O povo fala nos muros

Escutem o que ele diz

Quando começam são puros

Mas não prevejo final feliz

 

A vida não é um drama

Mas sim uma teia pegada

Quem tem muito, muitos trama

Quem não tem, tem vida tramada

 

Nos muros palavras d’ordem

Anseios p’ra vidas futuras

À procura duma regra

 

As palavras também mordem

Podem ser muito duras

Fundo branco, tinta negra.

publicado por poetazarolho às 21:11 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Sábado, 15.09.12

Democracia ao contrário

 

Hoje há manifestação

Mas isso que importa

Se sinto a revolução

Aqui no peito já morta

 

Os últimos revolucionários

Já há muito que partiram

Substituídos por otários

Que os poderes assumiram

 

Assaltando a democracia

Pois têm as costas quentes

P’ra ir secando o erário

 

E ao povo que os financia

Já apelidam de dementes

É democracia ao contrário.

publicado por poetazarolho às 17:31 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 14.09.12

Indiferença

 

Hoje já não importa

A flôr no meu jardim

Os lírios à tua porta

Ou n’avenida o jasmin

 

O respeito foi vendido

Os princípios alienados

Nada pode ser perdido

E tudo são resultados

 

Por isso não conta a flôr

E se espezinha a terra

Por isso acabou o amor

 

E se fomenta a guerra

Por isso estás indolor

Com tanta dor na terra.

publicado por poetazarolho às 19:12 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 12.09.12

Que tristeza

 

No meu país, que tristeza

A pobreza e o rancor

Mas não é com certeza

Esta a tristeza maior

 

Maior é a cruel frieza

Dos números em redor

Matam a esperança indefesa

Os humanos e a sua dor

 

Tristes podemos viver

Mas com um fim em vista

Que impulsione a mudança

 

Ou então tudo se irá perder

Pois não há quem resista

Se lhe mataram a esperança.

 

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_8f4qFryl1A

publicado por poetazarolho às 21:12 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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