Domingo, 28.04.13

À mais alta poetisa

 

Será que faço história

Ao poetar assim consigo

Constitui uma memória

Maior que o meu umbigo

 

Pois imenso em pequenez

Não tem sequer comparação

Com um estado de altivez

Que é inato à Maria João

 

Inato por ser espontâneo

Por brotar de sabedoria

Em palavras sem descrição

 

Em glória é momentâneo

Este pedaço da minha vida

Que agradeço do coração.

publicado por poetazarolho às 19:37 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sexta-feira, 26.04.13

Triste inquietuda

 

A inteligência esgotou-se

No mundo em desagregação

Não que a inteligência fosse

Algo em vias de extinção

 

Deixou de fazer sentido

Usá-la na interpretação

Do discurso desvalido

Proferido sem direcção

 

Para este verbo sem verbo

Basta cérebro sem cérebro

De inteligência esgotada

 

Ficamos presos ao nada

E a nossa triste inquietude

Não permite que se mude.

publicado por poetazarolho às 23:05 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 24.04.13

Abril sem Abril

 

Abril sem Abril à porta

Trinta e nove anos volvidos

Ao povo já não importa

Este país de desvalidos

 

Filhos estão de partida

Vão por esse mundo fora

Buscam esperança perdida

A que o desalento devora

 

Não esperem o seu regresso

Tarde ou nunca voltarão

Pois a nobre pátria ruiu

 

E assim de Abril me despeço

Abril sem Abril é que não

Este Abril ninguém previu.

publicado por poetazarolho às 23:27 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 22.04.13

Voarei

 

Eu ouço e espero

Eu sinto e canto

Eu amo e quero

Assim me levanto

 

Sem desespero

Assim me agiganto

Num olhar sincero

Sem que haja lamento

 

Sinto a bonança

Aguardo o momento

Nada me pode vergar

 

Não morre a esperança

Nas asas do teu vento

Eu quero voar.

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Domingo, 21.04.13

A outra face

 

Ao mal opõe-se o bem

Numa infinita batalha

Ao mal oferece desdém

E logo o bem se espalha

 

Como sinal d’esperança

Num futuro da humanidade

Agora pleno de confiança

Onde o bem por necessidade

 

Passe a ser mais desejado

Em vez de chicote um carinho

Que o mal assim desdenhado

 

Se sinta no mundo sózinho

E seja finalmente forçado

A escolher outro caminho.

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Sexta-feira, 19.04.13

Equação

 

Geométrica a ignorância

Com quantos lados não sei

Não há porém relevância

É um dado que ignorarei

 

Existe dúvida pendente

Muita certeza que brota

Duvida o inteligente

Está seguro o idiota

 

Para evoluir é preciso

Antes de mais duvidar

Reconstruir a equação

 

Ignorar com um sorriso

Certezas prontas a usar

E às dúvidas não dizer não.

publicado por poetazarolho às 21:57 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 17.04.13

Narrativas

 

Surge-nos na memória

Não a palavra inventada

Mas palavra com estória

Quantas vezes estropiada

 

Por se atribuir significado

Diverso do próprio sujeito

Deformando o predicado

Por ser isso que faz jeito

 

À própria imagem narrada

Que nos vendem a granel

Quais arautos clarividentes

 

Destes tempos que são nada

Onde as torres de papel

São abrigos inconsequentes.

publicado por poetazarolho às 20:32 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 15.04.13

Jangada de pedra

 

Já navega esta jangada

De pedra, sulcando o mar

Se um povo não é nada

Dois juntos pode assustar

 

Se já ouve Tordesilhas

Rasguemos agor’ó tratado

Juntemos povos de milhas

Castelhano e português falado

 

Um mundo novo se produza

Com esta força do passado

Onde sem aquela divisão

 

Outros mundos piores reduza

Ao seu merecido estado

De mundos em implosão.

publicado por poetazarolho às 23:11 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Sábado, 13.04.13

Vida não

 

Esquizofrenia económica

Que loucura tão pungente

Antes a peste bubónica

Já matara muita gente

 

Pedaço de carne rasgada

Sangue espalhado no chão

Esse que torna esta estrada

Num caminho sem solução

 

Via dum único sentido

Num presente em ebulição

Onde tudo é permitido

 

Onde a vida é maldição

Pois o sentido pretendido

Despreza a nossa condição.

publicado por poetazarolho às 22:03 | link do post | comentar | ver comentários (2)
Quinta-feira, 11.04.13

Superação

 

Desamar a vida hoje

Porque pesa o medo

Mas se a vida foge

Onde está o segredo

 

Ler Vinicius sem pressa

Poderá ser a chave

Mesmo não sendo essa

Alguma porta abre

 

Importa o momento

Do vazio mais puro

Onde nem o desalento

 

Consiga permanecer

Onde nada é seguro

Mas tudo ajuda a vencer.

publicado por poetazarolho às 17:23 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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