Chama-me cão

 

O mal que de mim dizem

Digam-no à minha frente

Se não é-me indiferente

Gosto que me baptizem

 

Nunca cheguei a Napoleão

Nem ao calcanhar d’Aquiles

Eu gosto que me aniquiles

Até podes chamar-me cão

 

Um dia, talvez quem sabe

Mercê de rasgados elogios

Não havendo quem me gabe

 

Terei por mim compreensão

Pois todos estes adjectivos

Hão-de de ter repercussão.

publicado por poetazarolho às 02:13 | link do post