Mundo perfeito
Comeu feijão com arroz
Como se fosse um príncipe
Esse nó no estômago atroz
Desta fome como acepipe
Um num bilião sem voz
Impossibilitado de gritar
Sentindo repulsa feroz
Por nada conseguir mudar
Nesse seu beco imundo
Onde jaz vivo num papelão
Seu aconchego, seu leito
Nada sequer pediu ao mundo
Aqui não conta a sua opinião
Neste mundo tão perfeito.