Domingo, 22.12.19

Erupção

Erupção II.jpg

A cultura pode ser chão

De mais profunda raiz

Há cultura em erupção

Mesmo se um não o quis

 

Hoje não vale um tostão

Armazena o que ele diz

Valerá em breve um milhão

Como as almas mais viris

 

Que sabendo aqui estão

Não para produzir matiz

Mas dar vivas à criação

 

Nunca subjugada a juiz

Donde brota insubmissão

Que molda cada aprendiz.

publicado por poetazarolho às 16:44 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quarta-feira, 11.12.19

Sofisticação

Sofisticação.jpg

Na métrica sofisticada

Da ultra sofisticação

Estética foi endeusada

Ética tornou-se senão

 

Tendo sido pendurada

Às vis mãos da corrupção

Construi-se a auto estrada

Muito antes da viação

 

E a frota foi enterrada

Não chegara à invenção

Viu-se o mundo regredido

 

À era da pedra lascada

Onde o amor foi a leilão

Pois não era consentido.

publicado por poetazarolho às 07:20 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 19.11.19

Do sentir

Do sentir.jpg

Aqui não me encontrei

Mais além estou ausente

Noutros sítios procurei

Nada vi de diferente

 

Da realidade não sei

Rebusco a minha mente

Noutra dimensão aterrei

Sendo esta onde se sente

 

Saúdo o meu novo estar

Com o espírito a comandar

Eu à mente já não minto

 

Se me perguntam vais ficar

Estou-me agora a deliciar

Com tudo aquilo que sinto.

publicado por poetazarolho às 22:40 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Domingo, 10.11.19

Vida no lixo

Vida no lixo.jpg

São ideias de Pessoa

Heterónimos a esvoaçar

Pela alta de Lisboa

Pela baixa a sussurrar

 

Um não ser amaldiçoa

O que não deve voltar

Sua não ideia destoa

De holocaustos a pulsar

 

Cheiro a cinza apregoa

Genocídio do pensar

Amordaça o sentimento

 

E a vida no lixo repovoa

Tudo o que há p'ra mostrar

Na morte do pensamento.

publicado por poetazarolho às 15:41 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quarta-feira, 06.11.19

Sinfonia de arame farpado

Humanidade renascida ii.jpg

Salvemos a humanidade

Com a mesquinhez incluída

Desnudada de integridade

E de humana mente parida

 

Com laivos de personalidade

Mas de humanidade despida

Corre em busca da verdade

Pauta em mentira corrida

 

Vibram as cordas do violão

Sinfonia de arame farpado,

Nova humanidade renascida

 

Pergunto, quantos restarão?

Respondem-me do outro lado:

Alguns mortos, nenhum com vida.

publicado por poetazarolho às 17:29 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Segunda-feira, 28.10.19

Talvez louco

Talvez louco i.jpg

Se politicamente correcto

Com aspecto de brandura

Marino tédio circunspecto

Ou tempero em loucura

 

Debaixo dum mesmo tecto

Esta ligação não perdura

Para não ser incorrecto

Baixo o ponto de fervura

 

Mas por dentro já me sinto

Em loucura a fervilhar

Esse tempera p'rá vida

 

Por fim ninguém desminto

Não me compete julgar

Toda a loucura escondida.

publicado por poetazarolho às 13:08 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 24.09.19

Pós civilização

Pós civilização.jpg

Espaço tempo velocidade

Se ao quadrado aceleração

Está ao rubro a realidade

Prestes a tornar-se ficção

 

Todos assistem é verdade

Poucos têm a percepção

Desmorona a integridade

Amarra-se o tempo à razão

 

Razão que a razão enaltece

Em troca duma breve ilusão

Onde cada cenário favorece

 

A prática da desumanização

Já que o progresso acontece

Em tempo de pós civilização.

publicado por poetazarolho às 04:57 | link do post | comentar | ver comentários (3)
Quinta-feira, 01.08.19

Mushin

Mushin.jpg

Mente não está ocupada

Aprende a fluir na corrente

Parecendo estar parada

Mas apenas não se sente

 

Essa mente dá em nada

Mas de forma eficiente

Controlas cada jogada

Porque ela já não te mente

 

Qualquer que seja a estrada

Avanças de forma fluente

Sem descanso nem guarida

 

P'ra enfrentar outra jornada

Que surja na tua frente

Mesmo que indefinida.

publicado por poetazarolho às 11:21 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Terça-feira, 30.07.19

Shin gi tai

Shin gi tai.jpg

Neste pequeno quadrado

Encontra-se um ser banal

Se ao triângulo dedicado

Transforma seu potencial

 

Mas por fim já fatigado

Volta ao ser infinitesimal

A menos que potenciado

Por geometria infernal

 

Nesse círculo cultivado

Por filosofia oriental

Oferecida de bandeja

 

No mundo desarticulado

Mantém-se bem vertical

Nunca um ser que rasteja.

publicado por poetazarolho às 17:11 | link do post | comentar | ver comentários (1)
Quinta-feira, 11.07.19

Outro ser

Outro ser.jpg

Esse tempo de ter tempo
Uma ideia peregrina
Consumiu cada momento
Mais rápido qu'estricnina

Mas matéria em movimento
Tem existência genuina
Do cérebro entendimento
Ainda é coisa pequenina

Virá o tempo mais além
Doutras coisas, doutro ser
Em que o ser será vital

Por agora estamos bem
Com novo samba a nascer
Já para o próximo carnaval.

publicado por poetazarolho às 00:02 | link do post | comentar | ver comentários (1)

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