Depenada
Em minh’alma alcatroada
As penas se vão colando
Constrói-se assim a estrada
Vão-se as penas realçando
Muita pena ou pouca pena
Pouco importa na verdade
Se a alma não é pequena
Ou refém da mediocridade
De manhã, de manhãzinha
Logo após a madrugada
Se a alma ainda fôr minha
Partirei sem dizer nada
E mais logo à tardinha
Regresso d’alma depenada.