Vida no lixo
São ideias de Pessoa
Heterónimos a esvoaçar
Pela alta de Lisboa
Pela baixa a sussurrar
Um não ser amaldiçoa
O que não deve voltar
Sua não ideia destoa
De holocaustos a pulsar
Cheiro a cinza apregoa
Genocídio do pensar
Amordaça o sentimento
E a vida no lixo repovoa
Tudo o que há p'ra mostrar
Na morte do pensamento.